terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

11x04 - The Lost Art of Forehead Sweat (A Arte Perdida de Suar na Testa) Reviews


Direção: Darin Morgan
Roteiro: Darin Morgan

Sinopse: "Explorando a ideia do Efeito Mandela, no qual grandes grupos de pessoas lembram uma história alternativa, Mulder e Scully descobrem como os Arquivos X podem ter se originado."




Comentários:


[Cleide] Episódios como este, que claramente são uma homenagem nostálgica aos episódios passados, sabendo que esta temporada será o encerramento da série, mexem com nosso coração.

The Lost Art of Forehead Sweat foi especial, principalmente para quem assistiu nos anos 1990 e viu – sem entender muito – Humbug, o primeiro episódio de Darin Morgan, que inaugurou a estética dos episódios de comédia de Arquivo X – um humor ácido, com um toque nonsense, que no final faz os personagens rirem de si mesmos e de sua própria insignificância perante o mundo, nos deixando com uma cara de “Oi? O que mesmo aconteceu!?” quando termina.

O tempo dos Arquivos X acabaram, em um mundo em que não existem mais segredos e não importa mais o que é verdade ou mentira, desde que haja cliques e a notícia viralize? É uma pergunta pertinente, a qual Darin resolveu perguntar à série e aos personagens...

Um ponto sensacional do episódio, e que marca a despedida do roteirista, é o aparecimento de vários extras dos tempos de Vancouver, o “bartender” do prólogo que é uma cara conhecida dos fãs, lembrei dele como um tarólogo em “The Clyde Bruckeman’s Final Repouse”. As cenas vintage de séries de ficção científica – uma obsessão de Mulder juntamente à pornografia... também são imagens com as quais nós fãs, estamos acostumados durante estas décadas.

Logo no início do episódio, quando vemos a casa de Mulder, fiquei pensando “Mas gente, pra que ele mantém esse X na janela, até hoje?” Depois soube que continua sendo o código dele para um encontro secreto. Adorei Scully ligando para confirmar o encontro... depois de tantos anos, há de se conhecer as idiossincrasias de Mulder, não? E uma cena que só Darin poderia imaginar, o hobby de Mulder perante a loucura da vida contemporânea: “Sasquating” - caça a Pés Grandes – ou coisa que o valha... e a cereja do bolo: molde da pegada de Pé Grande e a história que ele conta há 35 anos, Scully já ouviu? Sim ou claro? Quantas vezes? Pra variar, ela mantem seu hábito de desligar na cara de Mulder sem cerimônia quando o papo fica muito esquisito para dar conta.

O encontro com Reggie é um poço de referências, primeiro: a garagem (vocês contaram quantas? Conseguiram diferenciar? Qual é essa primeira garagem? Ele apareceu por conta do X que Mulder colocou na janela?), em seguida, o cara chega comendo sementes de Girassol e se dirige a Mulder com o famoso “Mulder, It’s me.” Quem nunca??? O cara pode até ser maluco (como Mulder sugere quando passa uma ambulância “Acho que seu transporte chegou” :D) mas ele plantou a semente da dúvida na cabeça de Mulder como se realmente o conhecesse à fundo, dizendo que o primeiro episódio de Twilight Zone que ele assistiu na verdade nunca existiu...

Indiretamente o infeliz do Reggie estragou o date de Mulder e Scully! A semente da discórdia que ele plantou desencadeou a teimosia infinita de nosso agente spooky... a criatura então, teve de mexer em todas as fitas de vídeo com todos episódios de tudo que tinha gravado, para confirmar seu episódio favorito (nesta parte, Darin estava zoando a gente, eu tinha fitas e mais fitas VHS de episódios de Arquivo X gravados, profissionalmente para cortar os comerciais...), amei a lembrança de Mulder assistindo aos 8 anos o tal episódio!

O que nos leva à Garagem 2 (onde era? Supermercado? Shopping?) o desejado jantar dos dois foi bugado, percebemos ao ver que Scully saiu para comprar comida... aff! Reggie vem com um apelido que ninguém ousaria atirar sobre Scully em seus primeiros anos de FBI e Arquivo X: Skulls (que intimidade é essa?). E aquela gelatina? Realmente Mulder tem razão, ela por si só seria um Arquivo X! Mulder e Scully conversando sobre o passado (e as alfinetadas no panorama político dos EUA que Scully dá de leve, bem legais!), e Mulder vem com o efeito Mandela – coisas que você lembra de um jeito, mas aconteceram de outro – Isso existe mesmo? Alguém pesquisou?

E então, Garagem 3: Em que finalmente os três se reúnem, e Mulder e Reggie discutem o Efeito Mandela x Efeito Mengele. E com toda aquela discussão super nonsense que só um episódio cômico de Arquivo X teria, vem Mulder com a ideia de “Universos Paralelos” – o que foi demais até para o maluco. Eu achei o máximo ele chamar Mulder e Scully por apelidos tão íntimos, e óbvios na língua, que nunca ninguém ousaria usar devido à seriedade da série: Skulls (caveirinha?!) e Foxy (sexy).

A teoria sobre o Dr. They (eles, fazendo piada ao sempre impessoal: “Eles sabem a verdade!” “Eles estão com os alienígenas”, “Eles participaram da sua abdução” – genial!) e toda conspiração relatada por Reggie, é tanta maluquice de se pensar, que Scully também fala “Seu transporte chegou” quando passa uma ambulância na rua. O desfecho da conversa, também é muito divertido, quando Mulder e Scully já cansados da maluquice, resolvem sair, e ele fala “Foi assim que comecei os Arquivos X” ... e a menção do último caso dos três juntos. A montagem dos casos deles no Arquivo X, claramente são uma menção à nós, e o que pensamos e falamos assistindo aquelas cenas... e do nada aparecem agentes, do “Dr. They”? Agentes do FBI, que ainda se atrevem a chamar Mulder de burocrata... “I’m Fox FREAKING Mulder, your punks!” Eu também gritei... respeita o cara, novato!!!

Ri alto quando vi o mapa mental que Mulder fez tentando entender tudo que Reggie disse... “O mundo ficou louco demais até para meus poderes conspiratórios” – ficou mesmo Mulder, credo! Então, o telefone toca, quem marca um encontro: Dr. They!!! A cena é muito legal! Toda a mise-en-scène é perfeita! Aquele local, a maneira como a câmera vai mudando de ângulo e mostrando cada estátua risonha, como se o mundo risse de Mulder, dos Arquivos X, da crença em uma “Verdade Objetiva”, “Essência das coisas” num mundo onde o que importava era a popularidade de uma ideia e não sua veracidade... parece cômico, mas é trágico... e talvez, por isto, decidiram terminar a série já que no mundo pós-conspiratório, realmente não tem muito espaço para o nosso romantismo de Excers que sonhavam que Mulder e Scully encontrariam uma verdade tangível. O tempo de Mulder acabou em um mundo que as pessoas escolhem no que querem acreditar (isso é tão real nas redes sociais!).

O que nos leva ao arco final do episódio... O último encontro com Reggie na última garagem, esta era a garagem do FBI, não? Scully finalmente puxou a ficha do maluquinho (eu já estava gostando dele) e mostra que ele foi do exército e depois seguiu várias carreiras no serviço público (talvez por aí soube das histórias de Mulder e Scully) e acabou surtando, e sendo internado, finalmente, como todas falas premonitórias mencionaram durante o episódio, o transporte de Reggie realmente chegou, e era para o hospício! Mulder, que sempre dá ouvidos para tudo, quer saber sobre o último Arquivo X que investigaram juntos (antes de Dr. They apagar Reggie de suas memórias). Achei hilário, desde a nave às roupas estilo anos 1970 do ET, sua voz, e todo discurso. Devolução da Voyager – “estamos entregando o exemplar de sua música” ... “Não podemos permitir que seu tipo saia do seu sistema”, e toda conversa sobre o muro em torno do sistema solar – claramente fazendo piada com o presidente atual deles.

E a triste conclusão de Mulder: “Então esta é a verdade? Não estamos sozinhos mas ninguém gosta de nós?” Não seria bem uma mentira, já que somos uma espéciezinha bem da encrenqueira, não é? Mulder dando birra e a sugestão de que Scully amava Reggie ao invés dele foi muito divertido! Mas a birra de Mulder com o fim dos Arquivos X, meio que nos retrata neste fim de série...

E o mais legal, que marca o estilo de Arquivo X, Skinner entrando no estacionamento, vendo a ambulância sair “Para onde estão levando Reggie?” eita! A cena final com o diálogo carinhoso de Mulder e Scully... traz outra mensagem nostálgica, “Quero lembrar de tudo, como era...” [/Cleide]


[Josi] Rever The Lost Art of Forehead Sweat me encheu com uma onda de nostalgia e um sentimento de perda antecipada. Nostalgia é algo que a gente até se acostuma ao assistir aos novos episódios da série. Quando a gente é fã antiga o suficiente para ter acompanhado quando Arquivo X estava no ar, ver coisa nova hoje em dia te faz lembrar de uma época em que você ia pra escola já pensando em chegar em casa e ficar na ansiedade esperando pra série começar... daí vinha a briga com os irmãos pelo controle da TV, muitas vezes perdendo a batalha e tendo que esperar pelo outro dia pra assistir o que você tinha gravado naquela fita VHS que tantas vidas salvou.

Ah, mas o sentimento de perda é terrível. Especialmente quando você nem se acha no direito de ter tanta pena de algo que já é um milagre de estar existindo nesse momento... um presente que todos tínhamos esperança que viria mas não ousava imaginar como algo real e palpável. E cá estamos nós com mais da metade da temporada à nossa frente e chorando pensando que o final está perto demais... que vamos ter que voltar a nos contentar com o que temos em mãos... nada novo à frente.

Li e ouvi muitas pessoas falando como esse episódio foi chato e nada a ver e sem graça e entediante... e eu respondo que entendo... porque sim, minha mente lógica comporta a ideia de que gosto é algo extremamente pessoal e não é porque algo te tocou fundo que vai conseguir atingir a mesma profundidade em outra pessoa... mas... mas... COMO NÃO GOSTAR DISSO??? Como você é fã de Arquivo X e não fica dando risadinhas bobas com tantas piscadelas direcionadas pra você? Como você não sente um calorzinho no coração?

Enfim... O teaser já me lembra de pelo menos duas cenas. Primeiro, como não lembrar de Mulder em Jose Chung's comendo pedaços e pedaços de torta num lugar parecido com aquele? Agora... a que se destaca mais pra mim é a cena do bar em FTF. Mulder, já meio bêbado de álcool e frustração conta a uma bartender sobre conspirações e seres alienígenas e só encontra condescendência como resposta. E claro que AX não se contém em tirar onda de outras obras também e faz aquela referência ao "raio" de MIB que destruía as lembranças das pessoas de acontecimentos específicos.

Notem que, já aqui, o roteiro nos coloca em um lugar mais antigo de nossa memória (meio do século XX?) e ainda faz a referência de memória sendo roubada (que Reggie tanto fala). Mas eu fiquei pensando o que significaria o fato de que ele só se viu diferente no espelho da frente... nos da parede perpendicular ao balcão, os quais ele não estava percebendo, ele estava perfeitamente normal. Creio que seja porque já ali Darin estava nos dando a dica que aquilo tudo era coisa da cabeça paranoica do cara sendo manipulada para acreditar em algo diferente da realidade...

Acho que todo mundo que tá lendo já percebeu que a coisa aqui vai ser longa, né? Mas gente, são muitos detalhes! Veja bem, até a abertura é digna de nota. No momento em que estamos colocando no ar este review já se passaram 6 episódios e este é o primeiro que não muda a abertura... e só vamos entender o porquê depois.

O episódio volta para vermos Mulder entrar da forma mais dramática possível fantasiado de... ala-ursa. Não, pera... de Pé-grande...? Alguma coisa. Gosto da ideia de Mulder ter superado sua depressão e estar novamente tendo prazer em pequenas coisas... como caçar seres mitológicos sozinho no bosque perto de sua casinha. Lembrem que, em Guerra das Baratas, ele tirou o fim de semana para observar UFOs... ou seja, esse é um passatempo comum para ele: sair um pouco da realidade maluca e se conectar consigo mesmo e a natureza. Entendo demais... tem dias que eu simplesmente não consigo entrar no twitter. E é também um conforto saber o quanto que Scully não se surpreende com essa faceta dele. Melhor é ver que agora é ela quem desliga e o deixa falando só. Eu ia comentar que Mulder seria um daqueles velhinhos que fica contando histórias longas e repetidas... mas.. ele já é assim há muito tempo. hehe

Os encontros com Reggie são todos em estacionamentos. Tudo muito secreto. Pois sempre que eles querem fazer algo realmente escondido na série, um estacionamento em uma garagem subterrânea é a escolha mais perfeita. Da primeira vez, somente Mulder segue para encontrá-lo depois dele ter deixado uma mensagem secreta: O X na janela. Daí temos as sementes de girassol e o "Mulder, it's me". E de que esta cena me lembra? Little Green Men e Scully tendo que recorrer a um código secreto para encontrar Mulder num estacionamento qualquer (e caro lembram? Mulder RYCO e muquirana) e ali eles conversam sobre esperança e tentativa de comunicação com seres alienígenas. Eu me sinto menos louca ao traçar esses paralelos quando eu vejo o tanto de coisa que eles realmente têm em comum.

Aqui Reggie já enche Mulder de dúvidas sobre um episódio clássico de algum show que eu honestamente nem sei se existe pois não quero ir procurar (façam isso e me digam hehe)...

Reggie: "Por que você acha que os humanos não são mais procurados pelos aliens?" - Tem a ver com o último caso deles. humm... no final, tudo faz sentido.

A falta de capacidade de Mulder de fazer uma procura simples na internet e a completa falta de interesse de Scully naquele assunto (ela o deixa falando sozinho de novo!) custou o cancelamento do jantar deles e abriu espaço para que Scully também fosse abordada por Reggie. E nós ganhamos outra interação magnífica. Ele a chama de "Skulls" (fofo) e mexe com a cabeça dela ao lhe dar uma referência de sua infância que ela jamais conseguiu encontrar por si mesma...

Reggie: "Eu preciso que você me ajude a encontrar a mim mesmo"... todos nós precisamos disso, Reggie. Você não é especial.

As digitais dele não são encontradas, nem o episódio de Mulder... e ele a convence a ir com ele a um encontro romântico... ver Reggie. Ela aceita e ainda tem a pachorra de reclamar. O que você esperava, Scully? Mas gente... o que é Reggie encolhidinho no chão, atrás da pilastra? hahahahahahahahhahahahahhahahaha E a conversa que segue é nada menos do que épica. ÉPICA. Merece uma transcrição completa, mas pouparei vocês disso.

Resuminho:
- Efeito Mandela ou Mengele?
- Realidades paralelas? "Por favor, não insista nisso. Me dá dor de cabeça."
- As provas dele são histórias que ele mesmo conta, um livro do ensino médio e um vídeo maluco.
- A morte do carinha cujo ator fazia Chuck (que era um -lindo fofo- consultor de Mulder antigamente) parecia mesmo acidental... ele estava até bêbado.
- "Eles querem que você pense que toda conspiração é loucura para que você ignore as que são verdadeiras"
- "Escute um colega louco" hahahhahahaha
- "Se você acha isso ruim, veja os comentários... esse idiota simplesmente diz 'meh'"
- "Wait What" é o equivalente de "How the hell should I know", de Jose Chung's...

Num certo ponto, Reggie fala que eles na verdade eram parceiros... os três. Aqui entendemos porque a abertura foi normal: estavam guardando o melhor para este momento. Não apenas a música é modificada e Reggie é incluído mas a frase fica "The truth is out there?". Perfo. Ah, e as lembranças? Tantos momentos... e ainda temos a alegria de ver Reggie atirar no próprio Darin Morgan em Small Potatoes.

E a história do alien? Putz. Muito bom. "Gritando telepaticamente". "Por isso eu deixei a escola de medicina pra entrar no FBI". Quase uma Scully.

Como eu disse... merecia uma transcrição. Ugh, tem muito mais o que se falar. Mas encerro com o vídeo do Dr They e ele lá no final dando apoio à Trump. Tinha que ser.

Vamos passar direto para o encontro de Mulder com Dr They. Mais um personagem incrível, claro. E mais uma conversa que merecia transcrição completa.

Ao longo da série, quando eles filmavam em Vancouver, sempre teve uma certa preocupação de parecer que estavam nos EUA, certo? Aqui eles botam Mulder e They para se encontrarem em um ponto bastante conhecido de Vancouver (A-maze-zing Laughter) e colocam bandeirinhas dos EUA para "disfarçar".

A conversa deles gira em torno de como as coisas estão diferentes hoje em dia, nessa nossa cultura de "pós-verdade" onde ninguém está mais tão interessado em esconder o que faz de vergonhoso, a reputação não vale nada e tudo pode ser negado ou simplesmente "dado de ombros". Nessa cultura corrente, expor a verdade como era a missão de Mulder antigamente não é mais ameaça para "eles" que estão no poder. É tanta informação com ou sem credibilidade jogada na nossa cara que não sabemos mais distinguir o que é falso e o que é verdadeiro. E ninguém realmente se importa. Apenas compartilhamos a última manchete chocante e temos alguns segundos de preocupação com aquilo para depois deixá-lo cair no esquecimento e dar lugar à próxima notícia igualmente chocante e fugaz.

Nesse mundo, Mulder está morto. Não... não literalmente. Apenas que... "seu tempo acabou". Não sei quanto à vocês, mas isso me arrepiou. A verdade contida nessas palavras é demais para alguém que não quer acreditar que está tão perto do fim.

E pra não perder o costume com os paralelos, essa conversa me lembrou do humor de Mulder no começo da 10ª temporada. Como ele mesmo não estava acreditando tanto em monstros e coisas do tipo.... mais precisamente, no próprio episódio do Darin.

Tendo tido sua cota de pessoas malucas lhe falando coisas assim, Mulder já está acostumado e simplesmente vai ao trabalho no outro dia apenas para ter Reggie esperando por ele novamente. "Como você entrou aqui?" Né? A segurança do FBI já foi melhor.

Mas o engraçado não é Reggie estar ali... mas sim Scully ter ficado escondida nas sombras até ter sua deixa perfeita. Ela tinha conseguido puxar a ficha completa de Reggie. Funcionário eterno do governo, passando por várias agências diferentes, ele acabou tendo um surto nervoso (TE ENTENDO, AMIGO). Tendo passado muito tempo na vigilância de Mulder e Scully, acabou se inserindo na história deles. Mas fica a pergunta: será que ele não foi mesmo vítima de algum experimento do governo? Mais uma coisa que não temos como saber.

Para nossa mais absoluta alegria, antes de Reggie ser levado embora, Mulder pede que ele conte como foi o tal último caso deles juntos.

Percebam isso: Os três estão num carro seguindo uma intuição incrível de Mulder e Scully está dirigindo. Só nessa pequena e rápida cena já temos 3 características recorrentes de Arquivo X.

Eles chegam no local e já dão de cara com o fim de um sonho: A Voyager destruída no chão. De repente chega uma nave (e que nave!!!) com o mesmo alien (ou algum muito parecido) do conto anterior de Reggie. Gente, ele tem bigodes! E tem uma roupa parecida com a de Elvis nos seus últimos anos! E anda num hoverboard sem nenhuma necessidade! E aquelas escadas rolantes que param antes de chegar perto do chão e são acionadas com um bling blong bling sei lá o quê? *coração de mão*

O alien, então, explica tudo direitinho: ninguém quer saber dos terráqueos e vão construir um belo muro invisível (!!!) para não ter mais que sequer ouvir falar de nós. Esse discurso é basicamente um resumo da conta do twitter de Trump. A sutileza dessa ironia é de roer nosso cérebro. Como eles jogam a verdade de como, como seres humanos, somos terríveis e ao mesmo tempo demonstrando como é ridículo e cruel isolar pessoas e impedi-las de alcançar outros espaços.

Como prêmio de consolação, o alien entrega um livro com todas as respostas para todas as perguntas que possamos ter. A reação de Mulder é impagável pois ele entende o significado de tudo aquilo: este é o fim dos Arquivos X... e de todo o nosso propósito na Terra na verdade. Nada mais precisa ser investigado ou procurado ou estudado... nada nos resta para pensar, discutir ou divagar...

"E eles viveram felizes para sempre..." - Completa Reggie sendo levado pela ambulância do Sanatório Spotnitz (homenagem a nosso querido Frank).

Ok, olha só... desta vez eu não acho que ninguém aqui foi sutil não. Isso tudo foi uma alusão ao real final de Arquivo X.

Sabe, estar dentro do fandom de Arquivo X e ver os comentários de pessoas de diversas partes do mundo em várias plataformas diferentes faz você ter a noção de que realmente o tempo de Mulder, Scully e os Arquivos X em si acabou. Algumas entrevistas com a equipe antigamente falava como a série veio num momento preciso e que sua época e todo o contexto em que ela foi inserida fez com que ela fizesse sucesso. Hoje temos a confirmação disso.

As pessoas querem exatamente isso: todas as respostas. Algo que seja facilmente catalogado, referenciado e consultado. Se vier em forma de App com uma busca simples, melhor ainda. Ninguém quer entender que algumas perguntas são melhores sem respostas, que alguns mistérios existem para tornar nossas vidas mais interessantes... que o "e eles viveram felizes para sempre" é apenas uma ilusão.

Daí vem o final: Scully com aquela gelatina recheada de nostalgia e feita num molde de pé de pé-grande. Quanta poesia contida nisso, gente.

E ela escolhe não comer a gelatina. Ela escolhe continuar com sua lembrança intacta. Quantas vezes a gente tem aquela brincadeira, aquele doce, aquele filme, aquela novela, aquela pessoa... aquele momento guardado com tanto carinho e tudo ali parece melhor, mais dourado, mais doce, mais gostoso... e quando a gente tenta provar daquilo de novo não é o mesmo... falta alguma coisa. E essa coisa nem sempre pode ser facilmente recuperada.

"Eu quero lembrar de como isso era. Eu quero lembrar de como tudo era."

Excelente final para um episódio excepcional de uma série que jamais será como todas as outras. [/Josi]



Vídeos do episódio:



















Bastidores:























http://thexfiles.tumblr.com/post/170100039710/those-characters-are-forever-searching-thats


Fonte dos GIFs: x x x x x x

2 comentários:

LIVIA PAIVA RIBEIRO disse...

Maravilhoso review!! Confesso que quando eu o assisti na primeira vez eu não havia gostado tanto...entendi a sacada, mas achei muito estranho até mesmo para Arquivo X. Porém, quando o revi, percebi quanta referência implícita havia ali e que só os fãs de longa data perceberiam. Além do mais, a análise de vocês me fez atentar para vários detalhes que eu sequer havia percebido. Ri muito da cena de Mulder recebendo o livro com todas as respostas...acho que reagiria da mesma forma que ele se a série terminasse respondendo todas as perguntas...
Parabéns, meninas! Vocês são demais! :*

Anônimo disse...

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